quinta-feira, 14 de julho de 2016

Como alugar um apartamento em Madrid

É... gente. Quando se fala em mudar, morar em outro país, geralmente só pensamos no lado bom da coisa: conhecer lugares incríveis, pessoas de toda parte do mundo, pagar mais barato por alguns produtos etc etc etc. Mas nem tudo são flores. Como toda mudança- seja pra qualquer lugar- envolve questões burocráticas, ou seja, CHATAS! Uma delas é procurar uma casa pra morar. Não sei você, mas eu preciso de um ‘canto’ pra chamar de meu. Só assim começo a me sentir parte daquele lugar, me dá aquela sensação de pertencimento.

E confesso que achar um espaço aqui em Madrid não é nada fácil. A odisseia começou logo na segunda semana depois da chegada. Apesar de ter pesquisado um pouco antes de vir, é só quando chega no lugar que você vai saber melhor onde é bom ou ruim de morar. E tem que levar em conta também que isso é muito relativo: o que é bom pra um, pode não ser pra outro e vice-versa.

Mas o mais complicado é atender a todas as exigências das imobiliárias locais, principalmente para quem é  recém-chegado. Na lista de documentos estão: DNI ou NIE, 3 ou 6 últimos nóminas (holerites), se for autônomo, tem que apresentar os três últimos extratos bancários do banco na Espanha (não aceitam comprovantes bancários do Brasil!) ou ter aval bancário (alguém que more aqui, preencha todos esses requisitos e possa ser seu avalista). Ah! Tem que pagar também uma fiança que pode variar de 1 a 7 aluguéis, além do valor do aluguel do mês corrente. Em euros, você pode imaginar que não fica muito barato, né? A média de aluguel em Madrid fica entre 450 e 750 euros para um apartamento de 1 a 2 dormitórios.

Agora, pensa: como uma pessoa de outro país que acabou de chegar à cidade vai ter todos esses comprovantes de renda locais?! Fiquei imaginando como deve ser difícil para os estudantes de toda parte do mundo que chegam aqui para fazer o colégio, a faculdade... No meu caso dei muita sorte: encontrei um apartamento de particular, um espanhol muito gente boa que, acho que foi com a nossa cara, e não pediu nenhuma comprovação de renda. Apenas o DNI, dois meses de fiança e o aluguel do mês. Mas isso foi depois de perder horas e horas pesquisando na internet e dias gastando sola de sapato. Então, um conselho pra você que tá chegando agora em Madrid e enfrenta dificuldades pra conseguir um teto: tente buscar os imóveis de particulares. Ainda assim, alguns fazem várias exigências. E venha com um bom dinheiro guardado. Se tiver alguém aqui como aval, melhor ainda. Outra opção, se não se incomoda em dividir a casa com pessoas desconhecidas, é alugar uma ‘habitación’, ou seja, um quatro. Aí, acredito que seja mais fácil. Tem vários apartamentos em que o dono aluga os quartos e todos os moradores usam a área comum como cozinha, lavanderia, sala...
Segundo o que fiquei sabendo por aqui, o pessoal tem dificultado os aluguéis por causa de alguns imigrantes que, alguns anos atrás, vieram, alugaram casas, estragaram os imóveis e saíram sem pagar. Infelizmente, os bons pagam pelos ruins, né?

Onde morar



Tem muitos lugares bons em Madrid. Depende muito do seu perfil. Se você gosta de agito, viver perto de estações de metrô, ônibus, trem, então, o melhor é procurar mais próximo da área central. Mas, lembre-se: o barulho é inevitável. Até dá pra achar algumas ruas mais tranquilas, mas tem que buscar bastante. Além disso, os imóveis com preços razoáveis são menores (25 a 30 m2), os maiores são mais caros.  

La Latina é um bairro ótimo, perto de todos os serviços, porém é o bairro dos bares. Fim de semana fica lotado! É pra quem não liga de ter o agito na porta de casa e gente bêbada fazendo ‘xixi’ na entrada do prédio.
Plaza del Sol, Huertas, Embajadores, Carabanchel, Bela Vista, ficam todos na área central. São bons lugares, mas bastante movimentados.

Salamanca tem muito movimento durante o dia por ser um centro comercial e de escritórios, mas há ruas mais sossegadas. Como é um bairro um pouco mais requintado, é mais caro, assim os bairros do Retiro e Moncloa, privilegiados por dois grandes parques.
Chamberí, Príncipe Pio, Delícias, Pirâmides, Aravaca são outras boas regiões pra viver.
Fora da grande Madrid, há os ‘pueblos’. São como pequenas cidades ao redor da capital, porém muito próximas (15 a 30 minutos de trem /metrô/ônibus). 

Mi casa en Madrid
O transporte público atende toda a região e todos os ‘pueblos’ contam com infraestrutura própria: prefeitura, bancos, mercados, farmácias, lojas etc. Las Rozas de Madrid, Pozuelo de Alarcón, Mahadahonda, Boadilla, Alcorcón, são alguns desses lugares. Também não é muito barato morar nessas áreas, mas se tiver paciência você encontra bons imóveis com bons preços. Pra quem gosta de tranquilidade, vale muito a pena! Muitos artistas tem casas nesses ‘pueblos’.


Um pouco mais distante tem ainda Villalba, El Escorial, Torrelodones... ficam a uns 40 minutos do centro de Madrid, mas tem opções de moradia mais baratas e muitas vezes, imóveis maiores. Também tem ótima infraestrutura.

O importante é não desanimar! Com persistência e paciência, dá pra encontrar um lugar bacana. 
Eu encontrei o meu: a nova ‘casa loka’ , agora 
em Madrid, né, Aninha Diniz? kkk. Ainda faltam alguns detalhes pra deixar com a nossa 'cara', mas já tenho um 'canto pra chamar de meu'! 



Tá ficando com a 'nossa cara'...



É pequena, mas é aconchegante
























segunda-feira, 11 de julho de 2016

Diversão boa e barata

Fim de semana em Madrid é sinônimo de... passeio no parque! Ou melhor, nos parques. São muitos espalhados pela cidade e todos, lotados! Passear por essas áreas é um dos principais programas dos madrileños.
As linhas de metrôs que levam até essas áreas verdes ficam lotadas, às vezes, muito mais do que nos dias de semana em horários de pico, dá pra acreditar? É comum ver nos trens famílias inteiras- pai, mãe, filhos- todos vestidos com roupas esportivas, mochilas, sacolas com petiscos, bicicletas, rollers... todos rumo aos parques. Tem também grupos de amigos, casais, adolescentes, idosos... O esquema é usar o espaço para fazer alguma atividade ao ar livre ou aproveitar as atrações oferecidas (tudo de graça!). E quando bate aquela fome, é só estender a toalha que estava na mochila, colocar os comes e bebes sobre ela e o pic-nic está pronto!

Parque do Retiro
O primeiro parque que conheci e um dos mais famosos de Madrid é o do Retiro, que teria sido construído para lazer do rei. Logo ao entrar, me deparei com uma multidão. Havia apresentação de uma orquestra e tinha bastante gente assistindo. No caminho, um lago com barquinhos para quem quiser usar (esse lago, inclusive, teria sido feito a mando do rei para que pudesse passear de barco). Ao fundo, imponente, o Monumento Alfonso XII, construído em 1902, em homenagem ao Rei da Espanha.
Monumento Alfonso XII

Jardins do Parque do Retiro]
A vegetação do parque do Retiro tem influências francesa e inglesa. Por exemplo, em algumas partes as plantas crescem naturalmente, ao estilo inglês. Em outras, são podadas em vários formatos, um jeito francês de mostrar o domínio do homem sobre a natureza.
Bom, o passeio continua e mais à frente estava o Palácio de Velazquez, onde havia uma exposição. Claro, entramos para visitar!

Alguns metros depois, o Palácio de Cristal, todo de vidro. Antigamente abrigava o viveiro de plantas do Rei. Hoje é um local para visitação, usado para exposições e até para a realização de cerimônias de casamentos.

Palácio de Velazque
Palácio de Cristal































Ainda dentro do parque tem a Estátua del Ángel Caído. Essa estátua desperta muito a curiosidade das pessoas porque existem muitos mitos sobre o que ela representa. Alguns dizem que seria Lúcifer, outros não concordam. O monumento é um ícone da cidade e está localizado a 666 metros do nível do mar. Sem querer alimentar a imaginação, já alimentando...rs...você sabe o que significa o número 666, né ?!

Parque do Oeste
Fui até este parque em um sábado. Saí de casa especialmente para visitar o Templo de Debod, que fica neste parque. Estava muito curiosa para ver o monumento doado pelo Egito à Espanha. Ele foi desmontado e reconstruído pedra por pedra na capital espanhola. O passeio super valeu a pena! É muito louco você imaginar como mais de 2 mil anos atrás, os homens construíram um templo como esse e depois, como o transportaram e o refizeram em outro país?!
Você pode entrar e conhecer por dentro. Tinha uma fila, mas tudo muito organizado e foi super rápido. No interior, as paredes com desenhos antigos, representações dos deuses, dá pra viajar na imaginação...

Quanto ao Parque do Oeste, onde fica o monumento de Debod, não é um dos mais famosos da cidade, mas me surpreendeu positivamente. É um lugar muito agradável para fazer uma caminhada, correr, passear... Ah! E fazer topless! Sim, muitas espanholas são adeptas de tomar sol com os peitos de fora e aproveitam o verão nos parques sem cerimônia. Eu preferi apenas descansar deitada na grama depois de uma caminhada...rs
Ao fundo, top less no parque
"É nós" descansando no gramado...kkk































O Parque do Oeste oferece também uma vista de tirar o fôlego, lá de cima do monte e a oportunidade de fazer fotos panorâmicas da cidade. É lindo! Por dentro do parque você ainda tem acesso ao monumento e ao Farol de Moncloa.


 

Os passeios valem a pena! Além de cuidar da saúde fazendo uma caminhada ou correndo, ainda dá pra ter contato com a natureza, descansar, participar de atividades de graça e passar momentos muito bacanas!


sexta-feira, 8 de julho de 2016

Seja um sonhador!

Hoje não vou falar, como de costume, das situações que envolvem viajar ou morar em outro país. Só quero deixar um texto que gosto muito, que retrata um pouco do processo pelo qual passei e continuo passando, além de algumas coisas que valem a pena refletir. Espero que as palavras a seguir façam você reencontrar os sonhos que existem dentro de você, caso eles estejam adormecidos. Boa leitura! Bom Fim de semana!

Seja um sonhador!

E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar...

Decidi não esperar mais as oportunidades e sim eu mesmo buscá-las.

Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução.

Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar o oásis.

Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.

Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.

Naquele dia, descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações.

E que enfrenta-las era a única e melhor forma de superá-las.

Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tivesse sido.

Deixei de me importar com quem ganha ou perde.

Agora me importa simplesmente saber melhor o que fazer.

Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima e sim deixar de subir.

Aprendi que o melhor triunfo é poder chamar alguém de “amigo”.

Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento: o amor é uma filosofia de vida.

Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser uma tênue luz no presente.

Aprendi que de nada serve ser luz se não iluminar o caminho dos demais.

Naquele dia decidi trocar tantas coisas...

Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para tornarem-se realidade.

E desde aquele dia já não durmo para descansar...

Simplesmente durmo para sonhar.

Walt Disney

 

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Orgulho Gay Madrid- MADO 2016

Comecei a entender a dimensão do evento, três ou quatro dias antes da festa. Em todos os lugares onde fui- salão de beleza, estações de metrô, nas ruas- sempre tinha alguém comentando, perguntando um pro outro se iria, combinando onde se encontrar ou acessando sites para saber a programação. E a maioria não fazia parte do público LGBT.

Aí, o primo do meu marido nos convidou para assistir aos shows. Ele ia com a namorada. Teve apresentações e eventos por toda a cidade, que ficou LOTADA! No dia do desfile, eu e o Rodrigo (o Rodrigo é o meu marido) fomos mais cedo porque eu queria ver a passagem dos trios elétricos e valeu a pena! Foi bonito de ver... a Gran Vía- uma das principais avenidas da cidade- tomada pela multidão. E a minha primeira impressão se confirmou: foi um evento para TODOS! Além do público ao qual a festa era dedicada, tinha famílias com crianças, casais hetero, idosos... todos juntos contra ‘as diferenças’, a favor da liberdade e em paz!

Mais abaixo, na Plaza de Las Cibeles, quando os trios elétricos passavam as pessoas dançavam, cantavam, se divertiam... Claro, tive que ficar no meio do ‘fervo’! kkk... O reflexo da luz do sol se pondo no edifício da Plaza Las Cibeles- que estava com uma enorme faixa nas cores do arco-íris- produziu uma imagem maravilhosa! Sem contar os balões azuis e amarelos que foram soltos de um dos caminhões e ganharam o céu...
Plaza de Las Cibeles


A estimativa, segundo uma emissora de TV aqui da Espanha, era de um público de mais de um milhão e meio de pessoas somente na noite de sábado. Se contar todos os dias de evento (de quinta a domingo), passa dos três milhões. 

Tudo muito lindo, mas os espanhóis que me desculpem: no quesito animação, ainda não conheço ninguém melhor que os brasileiros! kkk

O desfile terminou e as pessoas continuaram nas ruas. Bares lotados. Energia boa. Paramos em um bar pra tomar um chopp, comer alguma coisa e de lá seguimos para a Plaza de España encontrar o primo do Rodrigo. Tinha mais algumas pessoas do trabalho dele, um pessoal muito legal e animado.  Show de rock rolando, depois dance music... E assim passamos boa parte da noite dançando e bebendo ‘tinto de verano’ – o vinho de verão dos espanhóis- parece um suco. E sabe o que me chamou a atenção? Aqui, o pessoal tem o costume de comprar todas as bebidas e até petiscos nos supermercados porque é beeeeemmm mais barato e levar pra festa. Ninguém tem vergonha, não! É a coisa mais normal do mundo sentar no gramado pra comer, beber... ou mesmo pôr a sacolinha no chão e ficar em pé em volta curtindo o show, conversando... Achei ótimo!

Gran Vía

E você acha que parou por aí? Nada. De lá, seguimos caminhando alguns quilômetros até uma balada porque em Madrid, a noite começa depois da 1h. Mas deixa só eu fazer um parênteses aqui pra dar uma dica pra você não sofrer como eu: só saia de casa em Madrid com sapatos confortáveis. Não adianta querer ficar chique, toda arrumadinha, que não rola! Anda-se muito pela cidade e você vai ficar com dor no pé como eu. Fui com uma rasteirinha, toda bonita, mas dura pra caramba! Quase morri de tanta dor. Relaxa, aqui a mulherada vai de tênis mesmo na balada. Até vi algumas poucas que estavam de salto, mas fiquei sabendo que elas levam outro calçado mais confortável na bolsa. É normal! Confesso que pra mim, isso é muito difícil. Só uso tênis na academia. Mas tenho que me adaptar, caso contrário vou continuar sofrendo.

Bom, voltando ao assunto de caminhar à noite, e essa foi a melhor parte da história...

A segurança
Gente, andar 3,4,5 horas da madrugada pelas ruas de uma cidade grande sem medo, não tem preço! Havia milhares de pessoas pelas ruas, avenidas, pessoal bebendo, brincando com quem passava perto, bares abertos e em nenhum momento tive receio de ser assaltada, atacada ou de qualquer tipo de violência. O policiamento é visível: está em cada esquina e as pessoas estão ali somente pra se divertir, mais nada! Será que um dia o Brasil vai viver dias assim? Espero que sim!


quarta-feira, 29 de junho de 2016

DNI- como tirar

E aí, galera, blz? Dei uma pausa nos últimos dias porque estava em processo de mudança de casa, aí você já viu... Procura apartamento, depois que acha tem que acertar documentação, fazer limpeza, pôr as coisas no lugar, esperar a instalação de internet... Ufa! Dá um trabalhão e toma tempo, né? Mas agora já tá quase tudo certo e é vida que segue.

Hoje vamos falar de um assunto que muita gente tem dúvidas e sempre me pergunta: o que é preciso para fazer a documentação e viver tranquilamente na Espanha. Como prefiro escrever sobre coisas que tenho conhecimento, então vou falar sobre como tirar o DNI- documento nacional de identidade – uma espécie de RG espanhol, para quem já tem a cidadania espanhola.

Muita gente quer saber: 
- o passaporte europeu basta para que eu possa morar por tempo indeterminado na Espanha?
- somente o passaporte vermelho me garante todos os direitos como cidadã espanhola (saúde, previdência etc)?
- já ouvi falar no DNI, mas como faço pra tirar?

Vamos lá:

-  Se você já tem a cidadania espanhola e pretende morar por um período na Espanha, quando faltar de 15 a 20 dias para a viagem, você tem que procurar o Consulado Espanhol no Brasil e pedir o documento para tirar o DNI na Espanha. Não é preciso marcar horário, é só ir. Mas deve levar o passaporte, documentos pessoais e o Registro Civil Espanhol. O documento fica pronto na hora. Nada mais é do que um Registro Civil com carimbo e algumas outras informações que autorizam dar entrada no DNI;
- Não é recomendado pedir o documento com muita antecedência porque tem data de vencimento (6 meses a contar da data que for emitido). E até chegar na Espanha, encontrar um lugar pra morar, para daí dar entrada no DNI, corre-se o risco de perder o prazo. Ou seja, trabalho perdido e ainda vai ter que pedir pra alguém para quem tenha deixado uma procuração pra fazer todo esse trâmite novamente pra você;
- Bom, como detesto dor de cabeça, logo que cheguei à Espanha fiz o empadronamento.  É preciso ‘se empadronar’ na região onde está morando. É como se avisasse ao governo: olha, estou morando aqui! E toda correspondência fiscal vai pra esse endereço. Basta procurar o ‘Ayuntamiento’ (prefeitura) da área onde está vivendo, levar comprovante de residência, passaporte e preencher um formulário. Dei sorte porque fiquei na casa de um parente por alguns dias e pude usar o endereço dele. Mas deve fazer assim que tiver toda a documentação necessária;
- Feito isso, faça o agendamento de uma data e horário (cita prévia) para tirar o primeiro DNI em uma Oficina de Expedição de DNI (tem várias espalhadas por Madrid e em toda Espanha). Eles indicam o site para fazer o agendamento, mas não dá certo para o primeiro documento, somente para renovação. Então, ligue para o 060 ou vá até uma oficina;
- No dia marcado, leve o passaporte espanhol, o empadronamento, uma foto 3x4 recente com fundo branco, o Registro Civil com os dados para emissão do DNI emitido pelo consulado. Meu DNI ficou pronto no dia.
Bom, com o DNI em mãos, você já faz parte desse povo tão acolhedor, pode morar legalmente no país com todos os direitos e, principalmente, deveres de um cidadão!

Segue um site que pode te ajudar:


domingo, 19 de junho de 2016

De bar em bar

Confesso que ainda estou meio sob o efeito do álcool e do sono, mas não consegui deixar pra amanhã para compartilhar o dia de hoje com vocês. Um dos mais divertidos até agora, desde que cheguei a Madrid.
El Rastro
Começou por volta do meio dia quando saímos para ir à uma feirinha chamada 'El Rastro', que só tem aos domingos e feriados. Pensa numa multidão. Se pretende visitar, vá preparado. É gente indo... gente vindo... turistas... moradores locais.... Tem de tudo! Produtos usados, novos, roupas, calçados, decoração, enfim... não tem nada de muito diferente das feirinhas de variedades do Brasil, mas vale a pena pra comprar alguma lembrancinha e também pela diversidade.
Mercado La Cebada
De lá, seguimos a pé pelas ruas do bairro e um lugar me chamou a atenção: um barracão em uma área enorme com partes grafitadas, toda cercada de tapumes. Dentro, tinha uma galera trocando ideia, fumando, tem uma quadra de basquete... O nome: Mercado de La Cebada. Agora vem a informação que me surpreendeu: o local é como uma área livre, onde pode-se fumar maconha à vontade, tomar bebida alcoólica... coisas que não são permitidas nas ruas de Madrid. E o mais engraçado: pra quem passa ao lado e quer ver o que está acontecendo lá dentro, porém não quer entrar, tem uma espécie de janela nos tapumes em que o pessoal pode dar uma espiada. O negócio é muito 'loko'!
Bares de La Latina
E a caminhada continua. Ah! Esqueci de situar: estamos no bairro La Latina e é tradição entre os espanhóis, de domingo, passar o dia andando de bar em bar nessa região. Cada parada, uma cerveja ou um vinho, mojito, chupito... o que quiser. Se você não bebe nada alcoólico, sem problemas, tem outras bebidas também. Sem falar nas "tapas", uma melhor que a outra! Se vir pra Madrid, não deixe de ir a esse bairro! A energia é muito boa!
Resumindo: até onde contei, passamos por 7 bares. Todos muito bons! Tomei cerveja, chupito (tipo um aguardente espanhol), 'tinto de verano' (vinho de verão, muito bom! fiquei fã!), cerveja com limão e até saquerita de morango num bar de um brasileiro muito 'gente boa'.
Terminamos o dia em uma 'terraza'- como são chamados os espaços com mesas na calçada. A noite foi chegando, as luzes das estreitas ruas se acendendo e a capital espanhola revelou um outro charme todo especial... Até a próxima!
Como chegar: metrô até Sol, de lá siga a pé até El Rastro (uns 10 minutinhos de caminhada). Você vai vendo o movimento... gente do mundo inteiro... é bem legal.
Dicas de bares:

Taberna Txakolina, Madrid - La Latina - Restaurante Opiniones ...

TAP&OCA, Madrid - Fotos, Número de Teléfono y Restaurante ...

100 montaditos La Latina - Opiniones de viajeros sobre Cerveceria ...

E tem muuuuiiiitos outros , muito bons... aqui são só algumas sugestões...
El Rastro

El Rastro

Mercado La Cebada

Mercado La Cebada






Terraza

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Comer, acreditar e descansar...

Três coisas que me chamaram a atenção nesses poucos dias em Madrid:
- A comida
- Pessoas que ainda acreditam na bondade do ser humano
- Siesta
A Comida
Além de muito saborosa, é muito barata. Pra você ter uma ideia, no segundo dia almoçamos um prato de paella muito saboroso para duas pessoas e pagamos 11,90 euros. Na quarta-feira almoçamos um ‘banquete’ por 9,50 euros por pessoa! Veio um prato de macarrão ao molho pesto com tomates frescos (uma delícia!), uma carne recheada com queijo e jámon, alface, bebida (podia escolher qualquer uma que quisesse: refri, cerveja, suco...) e pra completar, sobremesa (escolhi uma taça de morangos com chantilly e o Rodrigo pediu uma torta de maçã- ambas maravilhosas!). Resumindo: sensacional!

3 chopes, 1 refri e 4 porções = 10,00
2,50 euros por pessoa

Vai um aí?
Loja fechada às 15h...

Só nós na rua durante a siesta... rs

Ruas vazias em Las Rozas durante a siesta...
Ainda há esperança...
Nesse mesmo lugar onde almoçamos o ‘banquete’, fomos surpreendidos pelo voto de confiança da dona, uma argentina muito simpática. Na hora de pagar, a conta ficou em 19 euros. Nós só tínhamos 16 euros trocados ou uma nota de 100. Ela disse que não tinha troco para a nota maior e que preferia ficar com os 16 e concluiu: outro dia que vocês passarem por aqui, vocês me pagam o restante. Falei: imagina! Vou trocar e já volto! Ela disse: não tem onde trocar agora (era por volta de 14h45 e todos os bancos e lojas estavam fechados!!!) 😱 e insistiu: não se preocupem, quando vierem passear novamente aqui, vocês me pagam. Fiquei ‘de cara’. Como podia confiar em duas pessoas que nunca tinha visto na vida, numa cidade grande... Enfim, claro que não fomos embora sem pagá-la. Paramos em um bar que estava aberto, tomamos alguns chopps pra trocar o dinheiro e voltamos para quitar nossa dívida...rs.
E a senhora ainda falou: não precisava... podia ser outro dia...

Siesta
Ah! O motivo dos bancos e lojas estarem fechados era a siesta, um ‘tempinho’ que os espanhóis tiram pra descansar depois do almoço, geralmente entre 14h30 e 16h30 (esse horário pode variar...). Acho que a maioria de vocês já ouviu falar desse costume na Espanha. Eu também já sabia desse hábito. Mas entre saber e ver de perto é bem diferente. É surreal. De repente, todas as lojas e agências bancárias fecharam e as ruas ficaram desertas em Las Rozas. Tava um sol de rachar, mais de 35 graus, e a sorveteria... fechada! Isso acontece mais nas regiões e bairros afastados, no centro de Madrid, não! Lá, o negócio não pára. Pensando bem, talvez os espanhóis é que estão certos. De que adianta tanta loucura, tanta correria?