É... gente. Quando se fala em mudar, morar em outro país,
geralmente só pensamos no lado bom da coisa: conhecer lugares incríveis,
pessoas de toda parte do mundo, pagar mais barato por alguns produtos etc etc
etc. Mas nem tudo são flores. Como toda mudança- seja pra qualquer lugar-
envolve questões burocráticas, ou seja, CHATAS! Uma delas é procurar uma casa
pra morar. Não sei você, mas eu preciso de um ‘canto’ pra chamar de meu. Só
assim começo a me sentir parte daquele lugar, me dá aquela sensação de
pertencimento.
E confesso que achar um espaço aqui em Madrid não é nada
fácil. A odisseia começou logo na segunda semana depois da chegada. Apesar de
ter pesquisado um pouco antes de vir, é só quando chega no lugar que você vai
saber melhor onde é bom ou ruim de morar. E tem que levar em conta também que
isso é muito relativo: o que é bom pra um, pode não ser pra outro e vice-versa.
Mas o mais complicado é atender a todas as exigências das
imobiliárias locais, principalmente para quem é
recém-chegado. Na lista de documentos estão: DNI ou NIE, 3 ou 6 últimos
nóminas (holerites), se for autônomo, tem que apresentar os três últimos
extratos bancários do banco na Espanha (não aceitam comprovantes bancários do Brasil!)
ou ter aval bancário (alguém que more aqui, preencha todos esses requisitos e
possa ser seu avalista). Ah! Tem que pagar também uma fiança que pode variar de
1 a 7 aluguéis, além do valor do aluguel do mês corrente. Em euros, você pode
imaginar que não fica muito barato, né? A média de aluguel em Madrid fica entre
450 e 750 euros para um apartamento de 1 a 2 dormitórios.
Agora, pensa: como uma pessoa de outro país que acabou de
chegar à cidade vai ter todos esses comprovantes de renda locais?! Fiquei
imaginando como deve ser difícil para os estudantes de toda parte do mundo que
chegam aqui para fazer o colégio, a faculdade... No meu caso dei muita sorte:
encontrei um apartamento de particular, um espanhol muito gente boa que, acho
que foi com a nossa cara, e não pediu nenhuma comprovação de renda. Apenas o DNI,
dois meses de fiança e o aluguel do mês. Mas isso foi depois de perder horas e
horas pesquisando na internet e dias gastando sola de sapato. Então, um
conselho pra você que tá chegando agora em Madrid e enfrenta dificuldades pra
conseguir um teto: tente buscar os imóveis de particulares. Ainda assim, alguns
fazem várias exigências. E venha com um bom dinheiro guardado. Se tiver alguém
aqui como aval, melhor ainda. Outra opção, se não se incomoda em dividir a casa
com pessoas desconhecidas, é alugar uma ‘habitación’, ou seja, um quatro. Aí,
acredito que seja mais fácil. Tem vários apartamentos em que o dono aluga os
quartos e todos os moradores usam a área comum como cozinha, lavanderia,
sala...
Segundo o que fiquei sabendo por aqui, o pessoal tem
dificultado os aluguéis por causa de alguns imigrantes que, alguns anos atrás,
vieram, alugaram casas, estragaram os imóveis e saíram sem pagar. Infelizmente,
os bons pagam pelos ruins, né?
Onde morar
Tem muitos lugares bons em Madrid.
Depende muito do seu perfil. Se você gosta de agito, viver perto de estações de
metrô, ônibus, trem, então, o melhor é procurar mais próximo da área central.
Mas, lembre-se: o barulho é inevitável. Até dá pra achar algumas ruas mais
tranquilas, mas tem que buscar bastante. Além disso, os imóveis com preços
razoáveis são menores (25 a 30 m2), os maiores são mais caros.
La Latina é um bairro ótimo, perto de todos os serviços,
porém é o bairro dos bares. Fim de semana fica lotado! É pra quem não liga de
ter o agito na porta de casa e gente bêbada fazendo ‘xixi’ na entrada do
prédio.
Plaza del Sol, Huertas, Embajadores, Carabanchel, Bela
Vista, ficam todos na área central. São bons lugares, mas bastante
movimentados.
Salamanca tem muito movimento durante o dia por ser um
centro comercial e de escritórios, mas há ruas mais sossegadas. Como é um
bairro um pouco mais requintado, é mais caro, assim os bairros do Retiro e
Moncloa, privilegiados por dois grandes parques.
Chamberí, Príncipe Pio, Delícias, Pirâmides, Aravaca são outras
boas regiões pra viver.
Fora da grande Madrid, há os ‘pueblos’. São como pequenas
cidades ao redor da capital, porém muito próximas (15 a 30 minutos de trem
/metrô/ônibus).
Mi casa en Madrid |
O transporte público atende toda a região e todos os ‘pueblos’
contam com infraestrutura própria: prefeitura, bancos, mercados, farmácias,
lojas etc. Las Rozas de Madrid, Pozuelo de Alarcón, Mahadahonda, Boadilla,
Alcorcón, são alguns desses lugares. Também não é muito barato morar nessas
áreas, mas se tiver paciência você encontra bons imóveis com bons preços. Pra
quem gosta de tranquilidade, vale muito a pena! Muitos artistas tem casas
nesses ‘pueblos’.
Um pouco mais distante tem ainda Villalba, El Escorial,
Torrelodones... ficam a uns 40 minutos do centro de Madrid, mas tem opções de
moradia mais baratas e muitas vezes, imóveis maiores. Também tem ótima
infraestrutura.
O importante é não desanimar! Com persistência e paciência,
dá pra encontrar um lugar bacana.
Eu encontrei o meu: a nova ‘casa loka’ ,
agora
em Madrid, né, Aninha Diniz? kkk. Ainda faltam alguns detalhes pra deixar com a nossa 'cara', mas já tenho um 'canto pra chamar de meu'!
Tá ficando com a 'nossa cara'... |
É pequena, mas é aconchegante |
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