quinta-feira, 14 de julho de 2016

Como alugar um apartamento em Madrid

É... gente. Quando se fala em mudar, morar em outro país, geralmente só pensamos no lado bom da coisa: conhecer lugares incríveis, pessoas de toda parte do mundo, pagar mais barato por alguns produtos etc etc etc. Mas nem tudo são flores. Como toda mudança- seja pra qualquer lugar- envolve questões burocráticas, ou seja, CHATAS! Uma delas é procurar uma casa pra morar. Não sei você, mas eu preciso de um ‘canto’ pra chamar de meu. Só assim começo a me sentir parte daquele lugar, me dá aquela sensação de pertencimento.

E confesso que achar um espaço aqui em Madrid não é nada fácil. A odisseia começou logo na segunda semana depois da chegada. Apesar de ter pesquisado um pouco antes de vir, é só quando chega no lugar que você vai saber melhor onde é bom ou ruim de morar. E tem que levar em conta também que isso é muito relativo: o que é bom pra um, pode não ser pra outro e vice-versa.

Mas o mais complicado é atender a todas as exigências das imobiliárias locais, principalmente para quem é  recém-chegado. Na lista de documentos estão: DNI ou NIE, 3 ou 6 últimos nóminas (holerites), se for autônomo, tem que apresentar os três últimos extratos bancários do banco na Espanha (não aceitam comprovantes bancários do Brasil!) ou ter aval bancário (alguém que more aqui, preencha todos esses requisitos e possa ser seu avalista). Ah! Tem que pagar também uma fiança que pode variar de 1 a 7 aluguéis, além do valor do aluguel do mês corrente. Em euros, você pode imaginar que não fica muito barato, né? A média de aluguel em Madrid fica entre 450 e 750 euros para um apartamento de 1 a 2 dormitórios.

Agora, pensa: como uma pessoa de outro país que acabou de chegar à cidade vai ter todos esses comprovantes de renda locais?! Fiquei imaginando como deve ser difícil para os estudantes de toda parte do mundo que chegam aqui para fazer o colégio, a faculdade... No meu caso dei muita sorte: encontrei um apartamento de particular, um espanhol muito gente boa que, acho que foi com a nossa cara, e não pediu nenhuma comprovação de renda. Apenas o DNI, dois meses de fiança e o aluguel do mês. Mas isso foi depois de perder horas e horas pesquisando na internet e dias gastando sola de sapato. Então, um conselho pra você que tá chegando agora em Madrid e enfrenta dificuldades pra conseguir um teto: tente buscar os imóveis de particulares. Ainda assim, alguns fazem várias exigências. E venha com um bom dinheiro guardado. Se tiver alguém aqui como aval, melhor ainda. Outra opção, se não se incomoda em dividir a casa com pessoas desconhecidas, é alugar uma ‘habitación’, ou seja, um quatro. Aí, acredito que seja mais fácil. Tem vários apartamentos em que o dono aluga os quartos e todos os moradores usam a área comum como cozinha, lavanderia, sala...
Segundo o que fiquei sabendo por aqui, o pessoal tem dificultado os aluguéis por causa de alguns imigrantes que, alguns anos atrás, vieram, alugaram casas, estragaram os imóveis e saíram sem pagar. Infelizmente, os bons pagam pelos ruins, né?

Onde morar



Tem muitos lugares bons em Madrid. Depende muito do seu perfil. Se você gosta de agito, viver perto de estações de metrô, ônibus, trem, então, o melhor é procurar mais próximo da área central. Mas, lembre-se: o barulho é inevitável. Até dá pra achar algumas ruas mais tranquilas, mas tem que buscar bastante. Além disso, os imóveis com preços razoáveis são menores (25 a 30 m2), os maiores são mais caros.  

La Latina é um bairro ótimo, perto de todos os serviços, porém é o bairro dos bares. Fim de semana fica lotado! É pra quem não liga de ter o agito na porta de casa e gente bêbada fazendo ‘xixi’ na entrada do prédio.
Plaza del Sol, Huertas, Embajadores, Carabanchel, Bela Vista, ficam todos na área central. São bons lugares, mas bastante movimentados.

Salamanca tem muito movimento durante o dia por ser um centro comercial e de escritórios, mas há ruas mais sossegadas. Como é um bairro um pouco mais requintado, é mais caro, assim os bairros do Retiro e Moncloa, privilegiados por dois grandes parques.
Chamberí, Príncipe Pio, Delícias, Pirâmides, Aravaca são outras boas regiões pra viver.
Fora da grande Madrid, há os ‘pueblos’. São como pequenas cidades ao redor da capital, porém muito próximas (15 a 30 minutos de trem /metrô/ônibus). 

Mi casa en Madrid
O transporte público atende toda a região e todos os ‘pueblos’ contam com infraestrutura própria: prefeitura, bancos, mercados, farmácias, lojas etc. Las Rozas de Madrid, Pozuelo de Alarcón, Mahadahonda, Boadilla, Alcorcón, são alguns desses lugares. Também não é muito barato morar nessas áreas, mas se tiver paciência você encontra bons imóveis com bons preços. Pra quem gosta de tranquilidade, vale muito a pena! Muitos artistas tem casas nesses ‘pueblos’.


Um pouco mais distante tem ainda Villalba, El Escorial, Torrelodones... ficam a uns 40 minutos do centro de Madrid, mas tem opções de moradia mais baratas e muitas vezes, imóveis maiores. Também tem ótima infraestrutura.

O importante é não desanimar! Com persistência e paciência, dá pra encontrar um lugar bacana. 
Eu encontrei o meu: a nova ‘casa loka’ , agora 
em Madrid, né, Aninha Diniz? kkk. Ainda faltam alguns detalhes pra deixar com a nossa 'cara', mas já tenho um 'canto pra chamar de meu'! 



Tá ficando com a 'nossa cara'...



É pequena, mas é aconchegante
























segunda-feira, 11 de julho de 2016

Diversão boa e barata

Fim de semana em Madrid é sinônimo de... passeio no parque! Ou melhor, nos parques. São muitos espalhados pela cidade e todos, lotados! Passear por essas áreas é um dos principais programas dos madrileños.
As linhas de metrôs que levam até essas áreas verdes ficam lotadas, às vezes, muito mais do que nos dias de semana em horários de pico, dá pra acreditar? É comum ver nos trens famílias inteiras- pai, mãe, filhos- todos vestidos com roupas esportivas, mochilas, sacolas com petiscos, bicicletas, rollers... todos rumo aos parques. Tem também grupos de amigos, casais, adolescentes, idosos... O esquema é usar o espaço para fazer alguma atividade ao ar livre ou aproveitar as atrações oferecidas (tudo de graça!). E quando bate aquela fome, é só estender a toalha que estava na mochila, colocar os comes e bebes sobre ela e o pic-nic está pronto!

Parque do Retiro
O primeiro parque que conheci e um dos mais famosos de Madrid é o do Retiro, que teria sido construído para lazer do rei. Logo ao entrar, me deparei com uma multidão. Havia apresentação de uma orquestra e tinha bastante gente assistindo. No caminho, um lago com barquinhos para quem quiser usar (esse lago, inclusive, teria sido feito a mando do rei para que pudesse passear de barco). Ao fundo, imponente, o Monumento Alfonso XII, construído em 1902, em homenagem ao Rei da Espanha.
Monumento Alfonso XII

Jardins do Parque do Retiro]
A vegetação do parque do Retiro tem influências francesa e inglesa. Por exemplo, em algumas partes as plantas crescem naturalmente, ao estilo inglês. Em outras, são podadas em vários formatos, um jeito francês de mostrar o domínio do homem sobre a natureza.
Bom, o passeio continua e mais à frente estava o Palácio de Velazquez, onde havia uma exposição. Claro, entramos para visitar!

Alguns metros depois, o Palácio de Cristal, todo de vidro. Antigamente abrigava o viveiro de plantas do Rei. Hoje é um local para visitação, usado para exposições e até para a realização de cerimônias de casamentos.

Palácio de Velazque
Palácio de Cristal































Ainda dentro do parque tem a Estátua del Ángel Caído. Essa estátua desperta muito a curiosidade das pessoas porque existem muitos mitos sobre o que ela representa. Alguns dizem que seria Lúcifer, outros não concordam. O monumento é um ícone da cidade e está localizado a 666 metros do nível do mar. Sem querer alimentar a imaginação, já alimentando...rs...você sabe o que significa o número 666, né ?!

Parque do Oeste
Fui até este parque em um sábado. Saí de casa especialmente para visitar o Templo de Debod, que fica neste parque. Estava muito curiosa para ver o monumento doado pelo Egito à Espanha. Ele foi desmontado e reconstruído pedra por pedra na capital espanhola. O passeio super valeu a pena! É muito louco você imaginar como mais de 2 mil anos atrás, os homens construíram um templo como esse e depois, como o transportaram e o refizeram em outro país?!
Você pode entrar e conhecer por dentro. Tinha uma fila, mas tudo muito organizado e foi super rápido. No interior, as paredes com desenhos antigos, representações dos deuses, dá pra viajar na imaginação...

Quanto ao Parque do Oeste, onde fica o monumento de Debod, não é um dos mais famosos da cidade, mas me surpreendeu positivamente. É um lugar muito agradável para fazer uma caminhada, correr, passear... Ah! E fazer topless! Sim, muitas espanholas são adeptas de tomar sol com os peitos de fora e aproveitam o verão nos parques sem cerimônia. Eu preferi apenas descansar deitada na grama depois de uma caminhada...rs
Ao fundo, top less no parque
"É nós" descansando no gramado...kkk































O Parque do Oeste oferece também uma vista de tirar o fôlego, lá de cima do monte e a oportunidade de fazer fotos panorâmicas da cidade. É lindo! Por dentro do parque você ainda tem acesso ao monumento e ao Farol de Moncloa.


 

Os passeios valem a pena! Além de cuidar da saúde fazendo uma caminhada ou correndo, ainda dá pra ter contato com a natureza, descansar, participar de atividades de graça e passar momentos muito bacanas!